E-COMMERCE ALIMENTAR: UM CAMINHO SEM VOLTA
Até o final deste ano, a rede paulista Delta Supermercados iniciará sua operação de e-commerce, disponibilizando para os moradores de Piracicaba o primeiro canal on-line para a compra de alimentos e bens não duráveis da cidade. Para viabilizar o projeto e minimizar riscos, a empreitada está sendo cuidadosamente dimensionada. Um dos objetivos é oferecer um sortimento bem selecionado, que atenda às necessidades dos clientes e, ao mesmo tempo, previna rupturas e desperdícios. O plano da companhia é começar com cerca de cinco mil itens, incluindo perecíveis.
Outra decisão é aproveitar uma estrutura que já existe para cuidar dos pedidos provenientes da internet. Há oito anos, o Delta tem um serviço de entrega, dedicado a atender o segmento de food service da cidade (bares e restaurantes), cuja base funciona em uma de suas lojas, com o respaldo de seis funcionários. O objetivo inicial, portanto, é utilizar essa mesma equipe e as áreas de estoque e de separação de produtos, utilizadas pelo delivery, para suportar a operação digital.
Neste momento, a companhia percorre um caminho indispensável para quem deseja operar um e-commerce, composto por muita organização e planejamento. Muitas são as providências a serem tomadas, como revisão do cadastro, definição do modelo logístico (próprio ou terceirizado), cadastramento de produtos e a configuração da plataforma de vendas. No caso do Delta, o parceiro escolhido, neste campo, foi a Consinco.
A rede também está implantando um sistema de gestão do relacionamento (CRM) que lhe permitirá conhecer melhor os seus clientes e, no caso da loja digital, direcionar ofertas e conteúdos customizados para os diferentes perfis. Para o diretor corporativo do Delta, Wilian Kazuo Arai, a empresa entrará no comércio eletrônico com os “pés no chão”, ciente de que essa é uma aposta para o futuro e que as melhorias devem ser contínuas. “Decidimos dar este passo porque o ato de comprar pela internet está ficando cada vez mais frequente entre os brasileiros. O consumidor quer opções e comodidade, então, estamos nos preparando para atendê-lo da maneira como deseja.”
De fato, o comércio eletrônico brasileiro está em plena efervescência. O País já é o 9º maior mercado de e-commerce do mundo, de acordo com a eMarketer, empresa de pesquisa global sobre comércio eletrônico. Isso porque ainda há muitas oportunidades para serem exploradas nos mais diversos setores da economia e, especificamente em relação ao varejo supermercadista, o espaço existente é imensurável.
Para se ter ideia, levantamento da VTEX, empresa desenvolvedora de plataforma de e-commerce, identificou que, entre as 500 maiores redes de supermercados listadas no Ranking Abras/SuperHiper 2017, apenas 6% possuem loja digital. Até mesmo entre as 20 maiores do setor, o comércio eletrônico ainda não é unanimidade: 11 são as redes que possuem operação de e-commerce. Quanto ao futuro, tudo indica que o hábito e a confiança das pessoas em comprar pela internet, inclusive alimentos, tendem a se fortalecer. A oferta de lojas digitais, nos variados segmentos, cresce a cada ano, ao passo que os avanços tecnológicos acontecem em ritmo acelerado.
Isso impacta, diretamente, na qualidade da internet brasileira e das plataformas de e-commerce. Sem contar o papel das novas gerações de consumidores, nativos digitais e hiperconectados, que em um futuro breve assumirão o protagonismo do consumo. O resultado será mais pessoas comprando por meio das telas de computadores e dispositivos móveis. Pelo menos para 2017, segundo a consultoria Ebit, as vendas on-line no Brasil devem crescer 12%.